segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

As minhas filhas, minhas melhores amigas...

Sem desprimor para o F. que é a minha paixão, o único homem da minha vida, como lhe digo na brincadeira - o meu pai faleceu e estou separada - e por quem tenho um amor sem fim, as manas são sem dúvidas as minhas grandes amigas.
Já têm idade para cumplicidade. Já percebem os meus sentimentos, e conhecem-me tão, mas tão bem...
Eu percebo-as a milhas, consigo ler o olhar de cada uma delas, o franzir de olhos, o retorcer no rosto, o encolher dos lábios... Sei ver o que sentem e o que pensam a muita distância, sem uma palavra... uma empatia que só nós percebemos...
Mas a parte engraçada é que elas também me conseguem ler como um livro aberto. Sou transparente para as manas. Percebem cada um dos meus sentimentos, sabem ver quando estou triste, quando estou feliz, quando estou cansada, quando estou pensativa, quando estou preocupada... sabem ver tão bem o que estou a sentir...
E é engraçado, pois já temos conversas de amigas, mas como mãe e filhas.
Eu sempre disse que não seria a melhor amiga das minhas filhas, mas sim a mãe delas. E mantenho.
Sou mãe delas, não me posso demitir desse papel, pois cabe-me a mim educar, repreender um comportamento errado, aconselhar com base na minha experiência, aconchegar quando estão tristes, castigar algo grave e premiar o sucesso.
Mas, sem me afastar, do meu papel de mãe e educadora, sou amiga delas.
É verdade que têm as melhores amigas, das idades delas, da escola, das actividades, e eu adoro toda e cada uma dessas amigas - quem meus filhos beija, minha boca adoça -, mas em casa, comigo, podemos brincar e ser cúmplices como amigas - respeitando os limites da nossa relação maternal.
Gosto de saber dos seus sentimentos, as paixonetas típicas da idade, os coleguinhas que por elas se apaixonam - uns correspondidos, outros nem tanto - as brincadeiras na escola, as músicas que ouvem... Adoro conhecer a vida delas.
Não me imiscuo na sua vida, mas aconselho, com maior ou menor seriedade de acordo com o que a situação exige, mas acho tanta piada a vê-las crescer... Tanta!
E tenho sido surpreendida pela Mg.
Com efeito, a Mi sempre foi a minha companheira, com uma empatia enorme comigo e como tal sempre se relacionou comigo sem ser necessário palavras. Olhamos uma para a outra e sabemos o que nos vai na alma. Comunicamos em silêncio. Eu sei o que ela está a pensar de tudo o que se está a passar na nossa família e ela sabe o que eu penso.
A Mg sempre foi arisca e fugia de tudo o que era conversas sérias, mas agora cresceu tanto com tudo o que nos aconteceu.
À pouco, enquanto lhe secava o cabelo ela queria saber o que eu sentia do que se passou. Se eu aceitaria o pai de volta - note-se que isso nem está em questão... E quando lhe disse que não, umas lágrimas encheram-lhe os olhos, mas eu expliquei que estava bem com isso.
A Mg, caladita no seu jeito de ser queria saber que eu arranjaria alguém para ser feliz. É só o que quer, que eu seja feliz.
Adorei ver a minha filhota deitar cá para fora os seus sentimentos e mostrar o quanto está preocupada comigo. Ela cresceu tanto... Tanto...
Agora tenho duas cúmplices, duas companheiras de vida, que neste momento estão decididas a proteger-me e a fazer-me felizes.
Mal sabem que me fazem felizes pelo simples facto de serem minhas filhas - e o F. também!
Ser mãe de menino é ganhar um namorado para a vida, mas de menina é ganhar uma amiga e eu ganhei duas!
É nestes momentos que me sinto enormemente abençoada por ser mãe destas três crianças maravilhosas e únicas... Amo-os tanto...

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